sábado, 29 de outubro de 2011

ANALFABETISMO FUNCIONAL

Nestes últimos anos de aquecimento da conjuntura econômica do Brasil, tenho observado o quanto que a área de recursos humanos não evoluiu no sentido de melhorar a filosofia de investimento e desenvolvimento do trabalho de avaliação e exigência evolutiva do conhecimento requerido pelo mercado de trabalho.
Começando pelo ensino fundamental até atingir o ensino médio. O que se tem observado é a falta de preparo dos docentes para desenvolvimento desses programas, que exigem formações acadêmicas e profissionais muito mais efetivas em termos de aplicação do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, a participação dos pais dos alunos torna-se necessária como aconteceu recentemente com a recomendação de um juiz, de que a mãe deveria acompanhar a sua filha de assistir as aulas. Isso acabou causando certa polêmica, porém, vejo que é necessária a participação das famílias e dos docentes no processo de melhorar a formação dos futuros cidadãos e profissionais do mercado.

A mãe e/ou a família deveria aproveitar para se atualizar e melhorar a forma de como educar os filhos, onde vejo que muitas das vezes os pais olham com certo desprezo e arrogância, de que eles conhecem muito mais que qualquer outra pessoa e/ou docente. Porém, observa-se que não há participação efetiva no sentido de se preocupar com o comportamento futuro da cidadania dos seus filhos.
O que se verifica muito ultimamente é o professor fazendo de conta que está ensinando e aluno fazendo de conta que está aprendendo. Porém, o mercado é cruel neste aspecto de seleção, ou seja, mais cedo ou mais tarde acaba por descobrir, o quanto que os “profissionais” ainda estão despreparados para assumir determinadas atividades funcionais.
O atual aquecimento da conjuntura econômica do país está trazendo muitas oportunidades de trabalho, porém, faltam pessoas que possam assumir e atuar de forma adequada por conta do analfabetismo funcional. Embora possamos encontrar pessoas formadas em cursos superiores, muitas não estão exercendo as atividades funcionais que competem à área de sua formação.
A educação é uma grande alavanca de desenvolvimento do país, porém, se não for muito bem empregado e desenvolvido temos o risco de estarmos formando cidadãos inúteis, que acabam se transformando em verdadeiros “cordeirinhos” dependentes, que a qualquer momento poderão ser devorados pelos governantes.
Será que não está na hora de se preocupar em realizar uma verdadeira reengenharia de educação, começando com a definição de determinados princípios de conduta de ensino e aprendizagem, tanto por parte dos docentes quanto de discentes?
Eis a minha grande preocupação do momento, pois estamos enfrentando um grande problema de falta de profissionais e governantes competentes que podem provocar uma grande estagnação da economia no país.
Escrito por Carlos Hideo Arima

Um comentário:

  1. Carlos,

    A educação é a única "alavanca de desenvolvimento" de um país. Não há outra.
    A reengenharia na educação é necessária e infelizmente é atribuição governamental, já que ele, o governo, é o regulador. E povo "educado" é povo exigente, questionador, confrontador, tudo aquilo que o brasileiro não é, nunca foi e do jeito que vai, nunca será. A ausência da participação de pais e docentes é apenas reflexo de uma sociedade que não tem preocupações com o futuro, porque espera sempre, e ultimamente vem obtendo bastante, o assistencialismo governamental.
    Ou o governo atua na melhoria da educação de maneira eficaz, o que não vai acontecer, ou o povo brasileiro se transforma na unidade nacional que exige melhorias reais, o que também não vai acontecer. Neste cenário, acredito que cinco séculos é pouco para que um desses dois milagres ocorram...mas, como todo sistema complexo adaptativo, de repente um evento catástrofe ocorre e produz uma mudança de fase e então teremos alguma luz no fim do túnel...

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