Era uma tarde de domingo e eu estava de plantão na rádio. Depois de cumprir as tarefas do dia, sentei-me em uma das cadeiras do estúdio. Milton Neves havia acabado de colocar no ar uma entrevista gravada de pouco mais de 10 minutos. Tempo suficiente pra trocarmos ideias, entre elas, qual seria o futuro do rádio.
Nosso bate-papo foi muito além disso. Começamos a discutir como seria, de fato, a comunicação como um todo nos próximos anos e décadas. Entre histórias do passado e projeções para o futuro, Milton fez uma observação interessantíssima, naquele tom caipira, peculiar do cidadão de Muzambinho, Minas Gerais: “não adianta só ter ideia. Ideia todo mundo tem.
É preciso fazer com que as pessoas comprem essa ideia. Uma ideia genial tem que ser igual a uma roupa bonita: não faz sentido possuir e deixar na gaveta. É preciso vestir para mostrar para os outros que é bonita e sensacional. O mundo oferece muita oportunidade: novas maneiras de se comunicar, com uma velocidade intensa. O problema é que as pessoas tem receio de fazer valer isso na prática”.
É preciso fazer com que as pessoas comprem essa ideia. Uma ideia genial tem que ser igual a uma roupa bonita: não faz sentido possuir e deixar na gaveta. É preciso vestir para mostrar para os outros que é bonita e sensacional. O mundo oferece muita oportunidade: novas maneiras de se comunicar, com uma velocidade intensa. O problema é que as pessoas tem receio de fazer valer isso na prática”.
A ideia “Miltoniana” soou como um clichê básico e até óbvio. Mas aquela conversa de 10 minutos, de uma certa maneira, martelou-me a cabeça durante boas semanas. Milton Neves tem razão: há um abismo enorme entre o que as pessoas têm em mente e o que elas de fato executam para que essas ideias se transformem em algo palpável.
Os instrumentos de comunicação nunca foram tão fartos como agora. Redes sociais, revistas eletrônicas, poadcasts, folders, blogs, sites inovadores, mídias interativas de todos os gêneros. Porém, às vezes, o medo de arriscar e de transformar um projeto em uma ferramenta de valor absoluto e existente ofusca o potencial de comunicação da empresa.
Num país onde a facilidade de crédito aumenta substancialmente a cada ano e o poder de compra do brasileiro virou fato incontestável, é a hora de as empresas também tratarem a comunicação como um produto estratégico, rentável e, acima de tudo, benéfico para elas e, por que não, para o consumidor.
As oportunidades são imensas. As necessidades também. O encaixe desses dois fatores depende não só do planejamento, mas da maturidade de as empresas enxergarem a importância de se mostrar para o mundo, dentro das mais variadas vertentes. Que 2012 seja um ano ainda mais produtivo para a comunicação empresarial. E que as ideias, fecundadas até então no papel, comecem a ser plantadas em um terreno fértil e produtivo. A partir daí, a colheita é questão de tempo!
Texto escrito por Gabriel Prado: formado em Jornalismo pela Universidade Mackenzie e mestrado pela PUC-SP. Foi redator da revista Placar e professor de Jornalismo da Universidade Paulista. Atualmente, é repórter da Rádio Bandeirantes, editor-executivo da agência Dialoog Comunicação e consultor da Arima Treinamentos.
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