Qual
é a melhor maneira de se trabalhar e otimizar a diversidade que existe entre as pessoas, considerando o alto crescimento da presença feminina nas empresas?
Esta
é uma das questões em evidência quando se fala em Etiqueta Corporativa, pois um dos seus princípios básicos é o respeito
que devemos ao próximo, ou especificamente, “o que” e “de que modo” fazê-lo.
Mesmo
com todos os “problemas” culturais enraizados há tanto tempo que restringem a
colocação das mulheres no mercado de trabalho em camadas melhor remuneradas, mais
e mais estão se inserindo em áreas que antes eram vistas como predominantemente
masculinas. Estará o homem preparado para lidar com a mulher no mundo
organizacional? A meu ver, somente aquele que reconhecer o seu valor e visualizá-la
como semelhante e não como concorrente estará apto a conviver profissionalmente.
Para uma melhor compreensão, resumi os
“problemas” culturais que elas “tiram de letra”. Há dois lados da moeda:
a) Conforme uma pesquisa do INEP – Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 3,4 milhões de jovens que
representam 15% da faixa etária de 18
a 24 anos do Brasil não estudam e nem trabalham. As mulheres
são incluídas mais facilmente nesse “problema” devido à maternidade e ao
casamento.
a.1)
O quadro acima é complementado pela desigualdade na divisão do trabalho
familiar – tarefas domésticas e cuidados com o filho. Apesar de expostas a uma
dupla jornada como trabalhadoras, cuidadoras dos filhos e donas-de-casa, ainda conseguem
conciliar o pouco tempo que lhes resta com os estudos.
b) Do outro lado está a habilidade das
mulheres em se adequar ao macroambiente. O Blog “Elas e Lucros” divulgou um ótimo
artigo sobre o poder de adaptabilidade da mulher, cujo teor era uma matéria veiculada
em setembro de 2010 pela Audi Magazine. Segundo a revista, as mulheres se amoldam
melhor às exigências do mundo contemporâneo porque o atual modelo econômico
requer que a mão-de-obra seja dotada de mais habilidade do que força e, sendo
assim, qualidades como intuição e capacidade de observação são objetos de
desejo de todas as grandes empresas.
Aliás, desde o ano passado a representatividade
das mulheres na força de trabalho mundial superou a marca dos 50% e os números
norte-americanos relativos à quantidade de mulheres nos cursos superiores
impressionam:
Estados Unidos (2010)
|
Curso
|
Representação
feminina
|
Pós-graduação
|
60 %
|
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MBA
|
42 %
|
|
Bacharelado
|
60 %
|
No Brasil, a partir de 2000, mais da metade
das vagas universitárias são preenchidas pelas mulheres e hoje este índice é
equivalente ao norte-americano. Um levantamento feito por um jornal paulista
mostrou alterações significativas na cadeia de comando:
100 maiores empresas brasileiras
|
Período
|
Mulheres no comando
das empresas
|
2009
|
0 %
|
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2010
|
5 %
|
100 maiores empresas americanas
|
Período
|
Mulheres no comando
das empresas
|
2010
|
3 %
|
Há
muito as mulheres deixaram de ser o sexo frágil e listei alguns eventos que
reforçam essa ideia e sinalizam novos tempos:
a)
5 Prêmios Nobel foram outorgados às mulheres em 2009;
b)
pela primeira vez no Brasil uma mulher ocupa a Presidência da República; e
c)
pesquisas realizadas pela Fundação Perseu Abramo, SESC e INEP confirmam que há
uma enorme quantidade de famílias monoparentais chefiadas por mulheres com
filho.
Por
fim, pertenço ao time que compartilha a crença de que as mulheres não são
melhores e nem piores que os homens, apenas diferentes. E afirmo que tentar compreendê-las
é uma missão para o resto de nossas vidas. Citando Clarice Lispector: “Não se
preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento.”
Parabéns
às mulheres por mais este 8 de Março.
Texto
escrito por Roberto Tanaka: professor e consultor da Arima
Treinamentos.